quinta-feira, 4 de abril de 2013

Deselegante Dor

Dói tanto, tanto. Começa fininha, vai entrando pelos poros e em pouco tempo se espalha pelo corpo todo. Uma dor que se concentra no coração e vai destruindo toda e qualquer resistência que possa haver, transformando anticorpos em mini partículas de um vírus que diariamente corrói a minha alma. E sabe qual a parte mais difícil? Ter que. Ter que continuar quando tudo dentro de mim parou. Ter que sorrir enquanto a vida me dói. Ter que encontrar um lugar pro medo, pra solidão, pro desespero. As lágrimas, essas são mais sabeis, quando não encontram um espaço - pequeno que seja - onde possam se hospedar, saem derrubando tudo pela frente, onde quer que estejam deixando explicito um rosto marcado pela dor.


Talvez aconteça exatamente como você disse - ou desejou. Talvez, eu não saia daqui deste lugar, nunca mais. Sim, talvez sim, talvez eu me foda, como você também desejou publicamente. O que, por sinal, me fez pensar pra onde será que você foi? Em que outra galáxia podemos nos encontrar novamente? Porque não, a pessoa que escreveu aquilo, não é você. Não foi você. Não, eu sei que não. Então, me diz, onde você está? Me diz, me conta, me acha ou me deixa achar você.

[S.Botelho]







Não sei se as pessoas choram de forma

diferente umas das outras,
eu choro contraída, como se alguém,
estivesse perfurando minha alma com uma
lâmina enferrujada,
choro como quem implora,
pare, não posso mais suportar.
Eu chorei no domingo,
na segunda,
na terça,
em várias partes do dia
e da noite,
um choro de quem pede clemência,
de quem está sendo confrontado com a morte,
eu estava abandonando uma vida
que não teria mais,
eu sofria minha própria despedida

[Martha Medeiros]

Um comentário:

Anônimo disse...

Só que não?...