[Fernanda Young]
Oi. Eu estou aqui. Está me ouvindo? Eu estou aqui. Olhe pra mim. Olhe nos meus olhos. Hei? Olha. Veja o quanto brilham ao teu lado. Você sabe como é sorrir com os olhos? Não? Então olhe pra mim. Veja quantas estrelas moram dentro deles. São cadentes - faça um pedido. Vem cá. Coloca suas mãos aqui no meu peito. Sinta as batidas do meu coração. São fortes e me machucam na maioria das vezes, mas nem ligo. Nem ligo porque cada dor faz de mim uma confissão implícita. Porque cada dor faz de mim uma noz que se parte e assim permanece com a alma escancarada. Porque cada dor faz minha dor coagular. Então encoste o seu ouvido bem aqui ó, ouça minha melodia e escreva uma canção de amor. Vem, aqui vem. Vem passear dentro de mim pra descobrir meus labirintos e conhecer todas as micro partículas onde guardo você. Me olhe. Eu tenho asas, sabia? Veja como são grandes e brancas. Venha viver embaixo delas. Traga a sua intuição, a sua loucura, o seu cheiro e misture tudo com a minha desesperança. Está me ouvindo? Vem morar dentro de mim, sou como Carpinejar, eu deixo você chorar na minha boca.
[S.Botelho]
ainda que doa
Ainda que a distância
corroa as horas do dia
e caia a noite sem estrelas
o mundo brilha um pouquinho mais
a cada vez que você sorri.
[Pablo Neruda]
Meu coração é um ideograma desenhado a tinta
lavável em papel de seda onde caiu uma gota d’água.
Olhado assim, de cima, pode ser Wu Wang, a Inocência.
Mas tão manchado que talvez seja Ming I,
o Obscurecimento da Luz.
Ou qualquer um,
ou qualquer outro: indecifrável.
[Caio F.]
Não sei qual a cor da sua voz e nem a temperatura dos seus olhos. Não sei o peso da sua alma e nem o sentido dos seus passos. Por essa razão sinto tanta saudades de mim.
[S.Botelho]
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